domingo, 17 de junho de 2012

Dois Corações

Não me peçam a coerência
dos hipócritas,
que neste peito batem
dois corações:
um a pulsar a alegria
da mãe,
outro a amargar
a maldição da parteira.

Quando eu chorar
sigam o brilho dos meus olhos.
Nele a emoção do beijo cálido
na fronte,
do abraço apaixonado
no encontro,
a comoção pelo mendigo caído
na sarjeta,
pelo menino descalço no asfalto,
pela criança órfã no mundo,
pelo jovem mutilado,
por amar diferente,
pela bala perdida no confronto
pelo corpo tombado no chão.

Não me peçam a coerência
dos hipócritas,
que neste peito batem
dois corações.

Talvez, um dia, esta
mulher possa dar
a todos que ama
o choro pleno de júbilo
e o pulsar de um só
coração.
Mas não hoje.

Não me peçam
a coerência dos hipócritas
que neste peito batem
dois corações.


8 comentários:

  1. "a todos que ama o choro pleno de júbilo"...Adorei esse trecho, você arrasou!
    Bjs

    Luciana

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  2. Leir, realmente ficou muito melhjor. Gostei.Agora vai que vAI!. BEIJOS DA REGINA GAIO

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  3. VOCE ESTÁ ILUMINADA...
    BJSSS
    CHIQUITA

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  4. Estão faltando algumas vírgulas, necessárias para a cadência do poema.Peço desculpas pela má digitação.Ex.: "confronto," e "todos que amo,".Valeram os commentários.Bjs.

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  5. Muito bonito,continue assim; coloca poema do Érico Veríssimo

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  6. Fernando Pessoa também

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  7. Lenir, adoro os seus poemas... Continue fazer brilhar esse Porão!!!
    Nao estou conseguindo fazer Login, daí me tornar um "anônimo"
    beijossss
    Chiquita

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